quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

ALICE

CRONICAS DA NECA MACHADO

AS LAGRIMAS DE “ALICE” EM UM PAIS SEM MARAVILHAS...



(Foto- Neca Machado - ARQUIVO)


(Neca Machado)
BIOGRAFIA

Neca Machado (Ativista Cultural, altruísta que preserva os sabores e saberes da Amazônia, através dos Mitos e Lendas da Beira do Rio Amazonas no extremo norte do Brasil, é, Administradora Geral, Artista Plástica, Bacharel em Direito Ambiental, Especialista em Educação Profissional, Escritora de Mitos da Amazônia, fotografa com mais de 100 mil fotografias diversas por 11 Países (Europa, Oceania, América do Sul) 2016, classificada  em 2016  na obra brasileira “Cidades em tons de Cinza”, de novo em 2017, Concurso Urbs,  classificada com publicação de um poema na obra Nacional, “Sarau Brasil”, Novos Poetas de 2016, de novo em 2017. Pesquisadora da Cultura Tucuju, Contista, Cronista, Poetisa, Coautora em 15 obras lançadas em Portugal em 2016 e 2017, Autora independente da Obra Mitos e Lendas da Amazônia, Estórias da Beira do Rio Amazonas, publicada em 02 edições em Portugal em 2017, edição limitada, Coautora na obra lusa, lançada em Lisboa em 09.09.2017, A Vida em Poesia, Licenciada Plena em Pedagogia, Gastro-Foto-Jornalista, Blogueira com 25 blogs na web, 21 no Brasil e 04 em Portugal, Quituteira e designer em crochê.)




         Quando vi ALICE pela  primeira vez, sentada no chão ao lado de formigas, debaixo de uma arvore em frente a biblioteca pública de Macapá, voltei e a fitei para ver seus belos olhos, numa mistura de dor, de abandono e de desilusões, pensei em chorar pela cena, mas me contive, tentei dar lhe algum dinheiro, mas ela sequer aceitou, apenas me fitou com um olhar penetrante que NUNCA mais saiu de minha memória, até assistir pela televisão local, sua retirada da marquise de um hospital próximo do Natal de 2017, onde já se passavam alguns anos que a vi pela primeira vez.

ALICE não era parte de um enredo infantil de Lewis Carroll, nem era a bela menina sentada em frente ao Rio Amazonas, mas é parte de um verdadeiroDRAMA desde sua infância.
Para muitos que nem sequer sabiam seu nome, era apenas a MULHER DE OLHOS VERDES da arvore da biblioteca, sentada anos com suas roupas maltrapilhas, nem tinha ido a Toca do Coelho (   ) nem tinha sido personagem de uma estória infantil conhecida mundialmente, mas era personagem de uma verdadeira “LAGOA DE LAGRIMAS” onde sua História cheia de prantos, serviria para uma coleção de livros sobre reflexão humanitária, onde sua DOR se agigantou tanto que transformou sua vida em uma verdadeira Lagoa de Lagrimas.
 Próximo do fim do ano 2017 como um presente de Papai Noel, ALICE sai da marquise de um hospital onde se instalou, para uma nova vida (   )?
Sob olhares de pedestres ela não recusou AJUDA, foi levada para ser tratada, depois de maltratada anos pela vida, por formigas e por muitos insensíveis que a tornaram invisível debaixo da arvore no centro da cidade de Macapá-Amapá, onde ela fez morada.
ALICE, É SEU NOME? (   )
Contam tantas estórias a seu respeito, que nem sei onde acreditar.
Uns dizem que ela foi abandonada,
Outros que foi testemunha da morte da Mãe pelo pai...
Que enlouqueceu com o abandono....
Que tinha dinheiro…etc....

ALICE, é a verdadeira estória de um abandono, onde muitas autoridades que passavam ao seu lado sequer mudaram sua história, clamando ao direito humano um tratamento a ela humanitário, mas, enfim, ela agora terá uma nova vida, será?

Talvez quisesse escutar a bela História infantil de “Alice no País das Maravilhas”
Mas quantas ALICES por aí, que nem sequer sabem da estória infantil, que NUNCA tiveram a oportunidade de escutar o enredo de ALICE, e que nem faz falta em suas vidas, sabem da história da ALICE TUCUJU?

ALICE se agigantou para sua dor, deixou o tempo passar debaixo da arvore sem ver um “tal Coelho branco com seu relógio de bolso...” Talvez tenha caído por acaso em uma toca tão profunda, impossível de ver a saída, e debaixo da arvore em frente da Biblioteca pública de Macapá, percebeu mesmo debilitada “milhares de seres e objetos estranhos ao seu redor, todos os dias...”
Talvez a chave dourada que lhe abrirá as portas para um novo olhar da vida, tenha realmente o efeito de abrir sua vida para um novo ano 2018, com um belojardim cheio de novas esperanças.

Porque durante tantos anos, ALICE só encontrou RATOS.

A vida de ALICE é uma verdadeira corrida sem prêmios.
Sua história longa e muito triste, serve de exemplo, para tantas MARIAS, ALICES......Debaixo de tantas arvores ao redor de milhares de ratos e formigas, sem saúde, sem trabalho e sem esperanças...
E talvez ALICE beba e coma novos sabores, em sua nova vida, aumentando e diminuindo de tamanho a cada novo sofrimento, será?
ALICE é uma menina assustada pela DOR e pelo abandono, com suas crises constantes de transtorno mental, em um mundo que não tem nada deMARAVILHOSO.
ALICE nem sabe recitar poemas,
Mas é um verdadeiro POEMA DE DOR.

Quantas vezes debaixo de sua marquise feito casa, se transformou e viu bebes sendo transformados em porcos? E deve ter sorrido internamente na sua própria insanidade.
Assim ALICE começará (ESPERO) um novo ano de 2018 talvez, em um novo chá (“de loucos”) com tantos novos personagens de uma estória só sua, onde não haverá Reis nem Rainhas, Coelhos, Lagartas, Ratos e Tartarugas...

Mas que ficará em minha memória eterna, a lembrança de seus belos olhos da cor de uma floresta invisível, habitada de esperança.

ALICE, sim! É protagonista de sua própria estória, irracional, mas, cheia de coragem, e que pare o tempo de sofrimento e que possa vir um novo tempo para sua VIDA, CHEIA DE COR E DE ALEGRIA.

segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

PRESENTE DE NATAL 2017

MEU VERDADEIRO "PRESENTE DE NATAL" 16 OBRAS EM PORTUGAL, E 05 NACIONAIS - MERITO MEU, MEU!

NM
“16 OBRAS EM PORTUGAL”
Sou movida a coragem!


(Neca Machado)
BIOGRAFIA
16 OBRAS EM PORTUGAL

Neca Machado (Ativista Cultural, altruísta que preserva os sabores e saberes da Amazônia, através dos Mitos e Lendas da Beira do Rio Amazonas no extremo norte do Brasil, é, Administradora Geral, Artista Plástica, Bacharel em Direito Ambiental, Especialista em Educação Profissional, Escritora de Mitos da Amazônia, fotografa com mais de 100 mil fotografias diversas por 11 Países (Europa, Oceania, América do Sul) 2016, classificada  em 2016  na obra brasileira “Cidades em tons de Cinza”, de novo em 2017, Concurso Urbs,  classificada com publicação de um poema na obra Nacional, “Sarau Brasil”, Novos Poetas de 2016, de novo em 2017. Pesquisadora da Cultura Tucuju, Contista, Cronista, Poetisa, Coautora em 15 obras lançadas em Portugal em 2016 e 2017, Autora independente da Obra Mitos e Lendas da Amazônia, Estórias da Beira do Rio Amazonas, publicada em 02 edições em Portugal em 2017, edição limitada, Coautora na obra lusa, lançada em Lisboa em 09.09.2017, A Vida em Poesia, Licenciada Plena em Pedagogia, Gastro-Foto-Jornalista, Blogueira com 25 blogs na web, 21 no Brasil e 04 em Portugal, Quituteira e designer em crochê.)






SOU MOVIDA A CORAGEM!

Quando MUITOS, desistem, não persistem, não ACREDITAM, NÃO TEM CORAGEM, sentam-se nos seus BANCOS para rirem da vida, UM DIA A VIDA SORRIRÁ deles (     )
Não deixarão NADA aos seus.
Não farão história por serem COVARDES, não foram buscar conhecimento, se contentaram com POUCO, e vão continuar a rastejar.
E o seu MAIOR INIMIGO É O TEMPO! QUE SERÁ IMPLACAVEL COM MEDIOCRES, INCOMPETENTES E VERMES, que continuarão a habitar no ESGOTO.

REALIDADE!

Em 01 ANO, sim, um ano, (2016-2017) que para MUITOS que não acreditavam,EU (NECA MACHADO, 56 ANOS...) ME VESTI DE CORAGEM, atravessei o Oceano Atlântico, fiz pontes entre Continentes, economizei, coloquei em pratica meus conhecimentos como Administradora, e parti em busca de um IDEAL. Levar e difundir a Poesia da Amazônia, do mais longínquo estado no extremo norte do Brasil, o Amapá, para o Mundo, SIM! Minha poesia está no Mundo, via websites (30) e pelas mãos de cidadãos que hoje conhecem minha produção literária, saída da Beira do Rio Amazonas, e hoje em mais de 15 países, da Europa, Oceania a África.
Agora no fim de 2017, somam 16 0bras literárias14 obras COLETIVAS e 02individuais (Mitos e Lendas da beira do Rio Amazonas, uma verdadeira saga independente)
UM BELO PRESENTE DE NATAL.

E TUDO COMEÇOU COM A OBRA “ECOS DE APOLO”, lançada em Lisboa em março de 2016.
Além de mais 06 OBRAS NACIONAIS, 05 em concurso em 02 anos consecutivos da obra “SARAU BRASIL 2016-2017,” e Concurso de fotografias também em 02 anos consecutivos, 2016-2017- cidades em tons de cinza, da qual a fotografia de uma Lua atrás de uma antena, representando os Mitos e a tecnologia está na obra de 2017.
MERITO MEU!
E MEU AGRADECIMENTO ´SOMENTE AO MEU ESPOSO- MANFRED HAASE-um engenheiro alemão que deixou um Pais por me AMAR, meu amigo, meu companheiro, meu MECENAS, (falecido de câncer em Portugal-Porto em 04.11.2017, cremado em 08.11.2017 e suas CINZAS depositadas no Oceano Atlântico em 25.11.2017.)
A ele, sim, meu AGRADECIMENTO.

OBRAS
1.    ECOS DE APOLO- LISBOA-2016- POEMA
2.    PALAVRAS COM SENTIDAS- LISBOA 2016- CONTO
3.    ARTE PELA ESCRITA NOVE- PORTO-2016- POEMA
4.    GRAÇAS A DEUS- LISBOA-2016 – CONTO
5.    DELIRIOS- PORTO-2017- POEMA
6.    GRAPHEIN- LISBOA-2017- POEMA
7.    POEMA-MULHER- LISBOA- 2017 – POEMA
8.    É URGENTE O AMOR- 2017- POEMA
9.    MULHER- LISBOA-2017- POEMA – MEU NOME É MARIA!
10. ETERNAMENTE – SINTRA-2017 – POEMA
11. A VIDA EM POESIA – LISBOA-2017- POEMA
12. MITOS E LENDAS DA AMAZONIA- PORTO-2017 – INDEPENDENTE
13. MITOS E LENDAS DA AMAZONIA – PORTO-2017 – INDEPENDENTE
14. ENTRE-MUNDOS (LANÇAMENTO)
15. FURIA DE VIVER- LISBOA-2017- CONTO
16. QUATRO ESTAÇÕES- 2017- POEMA


·         ECOS DE APOLO

POEMA POR QUE?

Neca Machado


POR QUE(?)

Por que esconder a emoção?
Se o meu coração te quer?
Por que fazer do percurso
Uma estrada sem fé?
Por que não olhar estrelas
Mesmo no escuro?

Por que não aportar
No meu Porto Seguro?

Por que sempre questionar
E depois?

Se o que queremos, sabemos
Somente os dois.

Por que não descobrir?
Mesmo em sombras...

Por que não transformar o mar
Sem ondas
Revoltas ou amenas?

Se este momento é sereno, e o meu nome SERENA, MORENA....

Por que só questionar, e agora?

Talvez eu nem seja somente Senhora
Seja a outra na alcova
Sem horas....

Por que olhar nos pés
Se quando eu quero correr?
Por que parar minha ânsia, se quero sofrer?

O amor não é sofrimento?

Responda se querer.

Por que a saudade corroi
Destrói
Constrói
Mutila?

Mas não sou esta Ilha
Sou COMPANHIA, Lembra?... SOU COMPANHIA.

Gosto do riso perdido
Gosto do prazer não contido
Gosto de não ter limites,

Gosto do teu Poeta satírico.... (Du Bocage....)

Sou parte de tua estrofe sem rima....
Sou verso em busca de sina....

Sou badalo sem torre
Sou fogo sem chama

Me deixa ser tua ESCRAVA E AMA...

Na cama....

Não quero ser tua amarra
Não quero ser tua DONA
Não quero caminhar teus passos
Quero somente abraços
Quero teu afago de Rei.

Quero teu sorriso perdido
Quero tua boca entreaberta
Quero teu sussurro de apreço, e teu gemido.

Reza sem terço

Prece sem destino....

Vem ser MEU MENINO.

Quero teu Perfume
Quero descobrir sabores
Quero fazer aquarelas
Com minhas cores....

QUERO VOCÊ
Nos meus dias
Na minha rotina
Quero abrir minha janela
E te descobrir no horizonte
Fazer de você minha fonte
Trazer o raio do sol em minhas mãos.

Voar com o Pássaro livre
Nas asas de uma LIBERDADE imaginaria, mas, sutil.

Em julho e não em abril.


2-    PALAVRAS COM SENTIDAS- LISBOA 2016- CONTO


PALAVRAS E SILENCIO

 Aos 50 anos refiz uma trajetória de repensar valores.
Antes tão crítica nas palavras soltas ao vento, tão prudente no pensar, aos poucos o caminhar pelos anos, traçaram um novo curso de novas compreensões. A razão deu lugar a emoção. Palavras não tão ditas, nem tão amargas, nem tão amenas, consentidas na serenidade eram como caminhos a percorrer por lugares inimagináveis, a luz das fotografias eram focos na memória eternizada no pensamento. O rosto assim se modificou, os olhos tinham novas funções, eram mais observadores e cheios de sabedoria, perfilavam antes das conceituações. E ele soberano reinava entre as emoções. O silêncio. Muitas vezes preferi o silêncio das horas, a contemplar lugares que antes sem significação, tornaram-se tão importantes para o meu crescimento, um por de sol, não era mais que um por de sol, era pura contemplação da natureza sem palavras, com emoção, suas cores entrelaçadas de energia não precisavam de palavras, mas, sim, de sentimento. A chuva que caía na pequena floresta do meu quintal, não era mais apenas um fenômeno da natureza, era lirismo poético na alma trazida com o silencio.
 As vezes abria os lábios em um sorriso enigmático onde somente eu e o Silêncio fazíamos parte de um ritual, o segredo era nosso.


3-    ARTE PELA ESCRITA NOVE- PORTO-2016- POEMA



AS PEDRAS DO DOURO

Rio de Ouro, Douro
Rio de curso de sonho imaginário que se tornou real.

E lá estava EU parida nas entranhas da Amazônia
A caminhar por tuas fendas cheias de mistérios.
Limos de um brilho intenso, lavando tristezas
E me deixando extasiada com o Azul de teu manto,

Rio Douro, Rio de Ouro, meu Rio e teu....
Como as Gaivotas, sobrevoei o Atlântico para te contemplar.
Me vesti de asas de ouro, para chegar ao Douro.
Me vesti de coragem para te enfrentar face a face
E nas tuas escunas, pescar meu Sonho
Que aportou nas tuas Pedras.
Douro, meu ouro...
Douro meu e teu nos sonetos traçados por milhões que te conhecem de perto
E como a Ponte de Dom Henrique
Repousa sobre teu leito
Ela é tua coroa de ouro
Rio Douro.
Sobrevoei ilhas e mais ilhas, cidades e estados
E tu Rio Douro, Rio do Ouro
Foste o mineral que encontrei junto dos meus sonhos de Caboca nortista.

Rio Douro
Meu frio, nem é tão intenso, porque meu coração imenso é puro calor,
Quando caminhei sobre tuas Pedras.
E nas fendas perdidas entre frestas como um mosaico
Tuas aquarelas reinam soberana
Em minhas cores.
E lá vou EU nas asas das Gaivotas te desbravar
Pelos teus caminhos de Ouro, Rio Douro.
4-    GRAÇAS A DEUS- LISBOA-2016 – CONTO



A LUA ME CEGOU!


CONTOS DA BEIRA DO RIO AMAZONAS

A velha rua da Praia acordou com os gritos assustados de alguém que perambulava sem rumo, gritando em uma voz cheia de medo: “A Lua me cegou, a lua me cegou, a lua me cegou...”

Maltrapilho, descalço e parece CEGO.
Foi assim que o delegado de polícia da capital o encontrou, foi chamado por moradores que assustados pareciam petrificados sem entender a situação. O delegado abriu os olhos do coitado, e sem explicação nenhuma, dizia que não tinha nada ali, deve ser um “cisco” que caiu no teu olho, repetia. E o pobre Homem continua a gritar: “foi a lua, foi a lua, foi a lua…”
Foi levado num camburão da polícia para o Hospital geral que era o mais próximo da rua da praia. E por orientação medica foi mandado para o departamento de psiquiatria.
No outro dia, parentes avisados o procuram por lá, ainda estava cego.
A Mãe repetia que ele “era bom”, não tinha problemas nos olhos, que enxergava tudo, que andava sozinho por Macapá, que gostava dos puteiros e do quebra mar.

Mas, enfim, ele estava cego!
A cegueira repentina para ele tinha uma causa: “Foi a Lua”
Ainda meio tonto dos remédios que lhe deram, ele tentava lembrar de alguma coisa.
Disse que estava na frente do Mercado Central, que pegou um carreto de bananas e foi deixar na quitanda da Mulher, que nem sabia o nome, e que ela tinha lhe dado uns trocados, e que feliz foi tomar umas no boteco da esquina com uma morena que acabara de chegar no Igarapé das Mulheres e agora fazia “ponto” por ali...
Depois foram passear no trapiche, que naquela noite tinha uma bela LUA.
Ainda tentou fazer uma poesia, mas não era letrado.
De mãos dadas correram os dois pela Pedra do Guindaste, sempre fitando a Lua, redonda feita uma peteca azul dizia ele.
Parece que era meia noite.
E aí, foi quando lembrou que não enxergava mais.
A última visão foi a LUA. Cheia de gente, cheia de mistérios, cheia de desejos inimagináveis...

E agora ele CEGO.
Os anos se passaram e ele continua a repetir, muitas vezes agora com uma velha bengala de companhia “FOI A LUA, foi a lua, foi a Lua...”
Foi culpa da LUA.

A LUA ME CEGOU!

(Para muitos Pajés da floresta Amazônica a LUA e cheia de mistérios, encantos e enigmas. Cuidado, a LUA também deixa marcas…)



5-    DELIRIOS- PORTO-2017- POEMA


AS LEMBRANÇAS SÃO COMO MARÉ...
Por > Neca Machado

As lembranças são como Maré
As vezes revoltas, noutras amenas
As vezes batem no fundo da alma serena
As vezes quebra a beira do cais.

As Lembranças são como Maré
Levam tão longe o pensamento
Nos transportam no silencio dos ventos
Nos devolvem no mesmo Porto de origem
Quando abrimos os olhos,
E descobrimos o ECO de nossa saudade.

As lembranças são como Maré, limpam as dores
Levam temores
Trazem sabores distantes
Em uma linguagem olfativa
Que nos transporta a um porto sem rumo.
E nas entranhas da alma, a rede da nostalgia
Tece sua teia.


As lembranças são como Maré...
Caminham sorrateira sobre um curso de rio
Chegam ao Mar
Nos deixam com frio, sem nos acalentar.
Nos transportam em suas ondas bravias, ou amenas,
Nos deixam lembranças, amargas ou serenas.
 Nos embriagam com a contemplação de um horizonte,
São fonte de inspiração,
São caminhos de emoção,
São túmulos a abrigar lembranças amargas,
São luzes em tuneis de fé,
Lembranças são como MARÉ!



6-    GRAPHEIN- LISBOA-2017- POEMA



NECA MACHADO
SOU UMA AMAZÔNIDA!



Ao nascer no norte do Brasil, na fronteira com a Guiana francesa ao sabor do vento do maior rio de água doce do mundo, o Amazonas, me considero UMAAMAZÔNIDA em sua plenitude.



Minha terra também tem Palmeiras, parodiando o poeta nacional, e pelo seu solo pátrio os pássaros que aqui gorjeiam também são cantadores. Por minhas entranhas os senhores da floresta abençoaram-me com suas ervas miraculosas e num magnífico cenário desta paisagem singular, me fortaleço continuamente fazendo com que meu sangue nativo circule com a força de meus ancestrais indígenas e africanos.


SOU UMA AMAZÔNIDA!


Por cultivar minha origem
Por amar minha raiz
Por debruçar-me sobre este solo,
Com a força motriz.
De quem sabe de sua historia
De quem ama o seu País.



SOU UMA AMAZÔNIDA!

Sentada nas embarcações
Caminhando sobre bolsões...
Cultivando o meu solo
Preservando minha fonte,
Sou deste solo errante
Como o maestro lapidante,
Que nas águas barrentas
Deste torrão tucuju
Descobre seu diamante.



SOU UMA AMAZÔNIDA!



De vagidos cristalinos
De soberbo coração,
Que navego andarilha
Pelos campos altaneiros,
Deste solo trigueiro
Fincado no meio do mundo,
Abençoado e profundo.






SOU UMA AMAZÔNIDA!


Nascida na maior Floresta
Sentindo o vento na testa
Fazendo de minha aquarela,
Uma verdadeira festa.
Pedindo sempre a benção
De meus deuses e padroeiros,
Para que nunca pereça.
Em momentos traiçoeiros.



SOU UMA AMAZÔNIDA!

Voando em asas imaginarias
Como uma Fênix nortista
Que nunca perde de vista,
O chão de sua raiz.
Posso caminhar tão longe
Que sempre volto faceira,
Para minha terra altaneira
No Norte deste País.



SOU UMA AMAZÔNIDA!

Que desce nossas ladeiras,
Que se extasia por inteira,
Com as manifestações
Que varam noites a fio
Neste recanto sutil,
Onde o som do Batuque
Penetra na carne
Cortando em golpes certeiros
Lembranças de meus pioneiros.
No vai e vem do equinócio.
Como animais no CIO.



SOU UMA AMAZÔNIDA!



Banhada com água benta
Apaixonada por pimenta
Que se embrenha nas matas
Cortando nossos afluentes,
Como a lamina luzente
De um viageiro andante
Debruçado sobre sabores
Desta terra singular
Onde cheiros e paladares
São divinos manjares
De Deuses do além mar.




SOU UMA AMAZÔNIDA!



De pés na areia
Na lama
Na chuva,
Na maré.
Na calçada,
Na verdejante floresta,
Desta terra abençoada,
Por uma linha imaginaria cortada
Na beira de um Igarapé.



7-    POEMA-MULHER- LISBOA- 2017 – POEMA



MEU NOME É MARIA!
SOU TEMPESTADE E CALMARIA!

“Posso ser atingida por ondas, mas, não afundarei, porque se não houver chuvas, não haverá floradas...”


EU não sou Santa,
Nem tenho manto,
Mas, tenho fé...
Desbravo a dor
Cheia de pranto
Faço do encanto
A magia em curso, feito Maré....

MEU NOME É MARIA!
INTENSA, CHEIA DE TERNURA
Caminho, percurso de pura coragem.
Atravesso PONTES entre Continentes sem olhar para trás.

MEU NOME É MARIA...

Posso ser, Joana, sem ter espadas, Vitoria com minhas glorias, Sabrina com meu sabre das entranhas da Mata,
Posso ser uma ISIS tucuju com o sabor da floresta nativa, nascida e parida no Rio Amazonas.
DIANA, iluminada pelo Sol do Equador.
Posso ser MAIA, soberana das Marés.
Posso ser IRENE pacificando meus próprios conflitos.
Posso ser AFRODITE, como uma espuma saída das POROROCAS e das lendas da floresta.
Posso ser MAIA, Terra nativa, cultivando minha essência Raiz.
MAS, SOU, SOMENTE MARIA!
NÃO SOU DEUSA, NEM RAINHA,

APENAS MARIA!
TERRA, CHÃO, MARÉ E CORAÇÃO!

Não sou Santa de candura, mas, cultivo a fé!
Na harmonia das horas
Sou tão Senhora, de Maria a Nazaré...
Sou Senhora de meus Sonhos,
Tenho o encanto da floresta,
Brilho suave na testa
Essência nativa da Terra.
Banhada com a magia de deuses afros.
Que aportaram suas Luzes divinas
Em minha cor.

MEU NOME É MARIA!

Sou descendente afro, cultivada na derme, gravada no amago.
MARIA de suor, lagrimas, dor e alegrias,
MEU NOME É MARIA! TEMPESTADE E CALMARIA.

Maria feito maré sem rumo
Que desagua em norte incerto
Com o vento bravio no rosto, como recompensa
Serena, altiva e MARIA!
ENTRE NAÇÕES, CONTINENTES E OCEANOS...

MEU NOME É MARIA!
Caminheira sem raiz
Com raízes aéreas, motriz de uma força singular.


MARIA compasso
Passo, encanto, magia
Soneto, rima, poesia...
MARIA, MARÉ, TEMPESTADE E CALMARIA!
MEU NOME É MARIA!
ENTRELAÇADA DE SONHOS DE ESPERANÇA.

Percurso e fé,
Caminho, trilhas, ninhos
Prados, montanhas
Céu infinito
Nuvens esparsas
Voo livre, MEL NOS OLHOS...

SOU A MARIA, mas, não sou SANTA.
Sem manto, tenho prantos,
Tenho dor, tenho risos de encantos,
Mas, tenho fé!

MEU NOME É MARIA!
TEMPESTADE E CALMARIA!
Dependendo da euforia.
“ORGULHO DE SER, SIMPLESMENTE MARIA!”


8-    É URGENTE O AMOR- 2017- POEMA



9-    MULHER- LISBOA-2017- POEMA – MEU NOME É MARIA!


10- ETERNAMENTE – SINTRA-2017 – POEMA



11- A VIDA EM POESIA – LISBOA-2017- POEMA


12- MITOS E LENDAS DA AMAZONIA- PORTO-2017 – INDEPENDENTE



13- MITOS E LENDAS DA AMAZONIA – PORTO-2017 – INDEPENDENTE


14- ENTRE-MUNDOS (LANÇAMENTO)


15- FURIA DE VIVER- LISBOA-2017- CONTO


16- QUATRO ESTAÇÕES- 2017- POEMA