sexta-feira, 26 de julho de 2019

PESQUISAS

LIVRO DIGITAL DA NECA MACHADO- AMAZÔNIA


PUTAS VELHAS -MEMÓRIAS
CRONICAS DA NECA MACHADO

"REVOLTA DE UMA PUTA POBRE!"

(Mulheres que se VALORIZAM, não gostam de chocolate, nem de flores, gostam de diamantes... Puta)




BIOGRAFIA

Neca Machado (Ativista Cultural, altruísta que preserva os sabores e saberes da Amazônia, através dos Mitos e Lendas da Beira do Rio Amazonas no extremo norte do Brasil, é, Administradora Geral, Artista Plástica, Bacharel em Direito Ambiental, Especialista em Educação Profissional, Escritora de Mitos da Amazônia, fotografa com mais de 100 mil fotografias diversas, premiada em 2016 com classificação na obra brasileira “Cidades em tons de Cinza”, Concurso Urbs, classificada com publicação de um poema na obra Nacional, “Sarau Brasil”, Novos Poetas de 2016, Pesquisadora da Cultura Tucuju, Contista, Cronista, Poetisa, Coautora em 24 obras lançadas em Portugal em 2016, 2017, 2018 e 2019.  Licenciada Plena em Pedagogia, Gastro-Foto-Jornalista, Blogueira com 30 blogs na web, 26 no Brasil e 04 em Portugal, Quituteira e designer em crochê.)





*LEMBRANÇAS....

"A forma como defino o luxo não é o tecido ou a fibra ou a quantidade de detalhes em ouro na peça... Essa é uma definição antiga. Para mim, luxo tem a ver com agradar a si mesmo e não 
se vestir para os outros".(Marc Jacobs
          
Sentada na antessala do Instituto de Oncologia onde foi levada por   “pena “ de um cliente que a ajudou a tirar seu título de residente na EuropaELA (   )talvez, nem se lamentasse do que viveu ou passou, estava na Europa, sonho de consumo da maioria das Prostitutas jovens do mundo todo, ficou por lá mais de 10 anos, enfrentando muito frio e hostilidades, e ela, agora tinha até o Cartão do Utente, sim, abriu um belo sorriso, era seu plano de saúde gratuito no exterior, o governo permitiu através de uma Lei que os portadores de câncer, tivessem direito a tratamento sem pagar nada, e ela se orgulhou, não teria que ser humilhada na fila do SUS, e nem teria que partir para a briga com outras companheiras por apenas uma consulta, sem remédios, NAS MADRUGADAS INSEGURAS, da “merda de onde nasceu, repetia REVOLTADA.”

ELA (  ) ainda adquiriu alguns hábitos da Europa, mesmo no câncer, não se abateria, continuaria a ter o nariz empinado, e dizia: na Europa é obrigação “ser arrogante” e fez um leve sinal com a boca, de pura satisfação apesar da morte na porta, vou morrer na Europa, podes crer!

Cutucou a prostituta do lado – “Bicha te comporta” aqui eles olham tudo, e tu sabes, nós já somos a diferença, riu entre um sorriso amarelo e a ansiedade de saber como estavam suas plaquetas, e olha que já tinha visto a maioria ir embora; quando começou o tratamento tinham várias ao seu lado, agora eram somente as duas, e amanhã outras viriam “contaminadas”, para apenas protelar um pouquinho, porque, repetia: “câncer é sentença de morte, não chora.”
Tentava segurar as lagrimas...

E para não perder o costume de falar da vida dos outros, apontou o dedo mindinho para o outro lado e disse: “está vendo aquela ali, o cabelo já caiu, tá de peruca...”
E lembrou:

DAS RUAS MAIS CARAS DO MUNDO, QUE CONHECEU, SOMENTE DO LADO DE FORA.... NUNCA ENTROU, NÃO TINHA DINHEIRO.

“Bicha quando cheguei aqui, quase enlouqueci.
Meu pé nem cabia num salto alto que comprei numa loja de segunda mão, mas, forcei tanto que ele cedeu, riu de novo.

Sempre amei passar nas ruas mais caras, e olha, que conheci, meio mundo.

PARIS

Em PARIS, há PARIS, fui milhares de vezes a Champs Elysées, e me vesti de “verdadeiro luxo”, segurei as bolsas mais caras, usei os melhores diamantes, calcei os sapatos mais sofisticados, e os casacos? Há os casacos, eu aprendi a combinar, bota, bolsa e casaco, UI! E ainda tinha os perfumes, sempre que eu passava em uma loja, tinha um vendedor sorrindo sarcasticamente, e me passava um pouquinho na mão, nunca tive realmente um dinheiro para comprar um vidro inteiro, mas aprendi a ir as lojas para me perfumar de graça, eles dão um pouquinho.

 E um dia de tanto sonhar no banco da praça, que quase morri de frio, e um segurança até pensou em me levar para dentro de uma loja da PRADA, mas, como não podia, lá voltei de metro para a espelunca que morava.

          Bicha tu tens que falar um pouquinho de inglês, francês, italiano, esquece o português por favor, aqui até faxineiro fala inglês.
“Um estudo feito pela Cushman & Wakefield, chamado Main Street Across the World, revelou que a rua mais cara este ano é nenhuma outra senão a 5th Avenue, uma das mais famosas avenidas da Big Apple. 

QUINTA AVENIDA- 5TH AVENUE – BIG APPLE

          Um dia sai com um caminhoneiro norte americano, e perguntei qual a rua mais cara de lá e ele me disse: 5ª AVENIDA.


Fifth Avenue ou 5th Avenue (em português5ª Avenida) é uma avenida extremamente movimentada de Manhattan, em Nova Iorque, nos Estados Unidos da América. Vai desde a rua Norte da praça Washington Square Park/Waverly Place(6th Street)em Midtown até a 143rd Street/Harlen River Drive, Harlem e devido às propriedades caras de particulares e mansões históricas que possui em toda a sua extensão, é um símbolo de riqueza de Nova Iorque. É uma das melhores ruas para fazer compras no mundo, e também uma das mais caras ruas do mundo. Foi fundada por Joseph Winston Herbert Hopkins, e é a avenida que divide as ruas do leste e do oeste de Manhattan, bem como o ponto número zero para os números das ruas (que aumentam em ambas as direções quando se afasta da Fifth Avenue).


E EU voltei a sonhar, “bicha sonho não tem preço.”
Eu posso sonhar.
No sonho EU POSSO TUDO.
Estou na 5ª Avenida, sentindo o cheiro da APPLE, e gastando em dólares.



“MULHERES QUE SE PREZAM, NÃO GOSTAM DE FLORES, NEM DE CHOCOLATES.
GOSTAM DE DIAMANTES...” ( revolta de uma Puta pobre)


FATO

Um dia um velho, nojento, com cheiro de podridão, queria muito meus beijos, eEU enojada, só queria ir embora dali, mas ele ainda tentou de todas as formas ser gentil, e tirou do bolso, um pedaço de chocolate, aí, eu me revoltei mais uma vez, e pensei entre deixa-lo sozinho, e ganhar uns parcos trocados, aguenta-lo, infelizmente, mas o que EU queria realmente, era um simples anel deDIAMANTE. Se não fosse, apenas de ouro já servia.

Um dia quase fiquei louca ao ver um carro de ouro, sim, não é mentira, era um carro de ouro que parou em Paris, era de um Sheik, e EU ENLOUQUECI, meu Deus, um carro de ouro, cruz credo, é muito dinheiro, e olha que vi o lançamento de um carro do Batman, que eu só tinha visto em desenho animado as portas de abriam para cima, e eu feito criança, dancei na rua de felicidade, é a EUROPA, aqui se vê de TUDO.

“Quando se pensa em luxo, alguns lugares do mundo vêm à mente: Paris, Milão e até mesmo Nova York. Mas, ainda dentro de cada uma dessas cidades, algumas ruas se destacam por serem as mais luxuosas do globo. 
Um estudo feito pela Cushman & Wakefield, chamado Main Street Across the World, revelou que a rua mais cara este ano é nenhuma outra senão a 5th Avenue, uma das mais famosas avenidas da Big Apple. 
Além de conter alguns dos nomes de maior reconhecimento da moda, a avenida também é marcada por abrigar os maiores milionários de Manhattan. O preço do metro quadrado? Nada menos que US$3.500,00. 
Curiosamente, a segunda posição fica com a Causeway Bay, em Hong Kong, com uma renda de US$2.399 por metro quadrado, bem acima dos US$1.372 cobrados em uma das ruas mais conhecidas do planeta, a Champs Elysées, em Paris. 
A lista com as dez primeiras posições do estudo você confere abaixo:
1.     5th Avenue, Nova York
2. Causeway Bay, Hong Kong
3. Champs Elysées, Paris
4. New Bond Street, Londres
5. Via Montenapoleone, Milão
6. Pitt Street Mall, Sydney
7. Bahnhofstrasse, Zurique
8. The Ginza, Tóquio
9. Myeongdong, Seul
10. Kohlmarkt, Viena”



          E o microfone repetiu seu nome para mais uma sessão de quimioterapia.
E na despedida, ELA, altiva, “arrogante”, disse entre um sorriso sarcástico: talvez seja um ADEUS. Amanhã talvez não estarei mais em uma outra sessão.

MAS, AMO A EUROPA.
Beijos, te cuida.

segunda-feira, 22 de julho de 2019

ESTÓRIAS DA BEIRA DO RIO AMAZONAS

CONTOS DA NECA MACHADO, NO MUNDO


“CONTOS QUE ENCANTAM...”
CONTO: OS MORADORES DA PEDRA DO GUINDASTE




By - (Neca Machado)
BIOGRAFIA

Neca Machado (Ativista Cultural, altruísta que preserva os sabores e saberes da Amazônia, através dos Mitos e Lendas da Beira do Rio Amazonas no extremo norte do Brasil, é, Administradora Geral, Artista Plástica, Bacharel em Direito Ambiental, Especialista em Educação Profissional, Escritora de Mitos da Amazônia, fotografa com mais de 100 mil fotografias diversas por 11 Países (Europa, Oceania, América do Sul) 2016, classificada  em 2016  na obra brasileira “Cidades em tons de Cinza”, de novo em 2017, Concurso Urbs,  classificada com publicação de um poema na obra Nacional, “Sarau Brasil”, Novos Poetas de 2016, de novo em 2017. Pesquisadora da Cultura Tucuju, Contista, Cronista, Poetisa, Coautora em 24 obras lançadas em Portugal em 2016, 2017,2018 e 2019. Autora independente da Obra Mitos e Lendas da Amazônia, Estórias da Beira do Rio Amazonas, publicada em 02 edições em Portugal em 2017, edição limitada, Coautora na obra lusa, lançada em Lisboa em 09.09.2017, A Vida em Poesia 2, coautora na obra, “A vida em Poesia 3” lançada em Lisboa em 14.09.2018, coautora na obra “ Tributo ao Sertão, lançamento em Zurique- Suiça-2018, coautora na obra “Além, da Terra, além, do Céu” lançamento em São Paulo em 06.10.2018- Editora Chiado-Pt, Co autora na obra internacional“As Cartas que não escrevi” lançamento em Genebra em 01.05.2019-Editora Helvetia. Co autora na obra lusófona “POEM’ART” lançamento em Portugal-Porto, 18.05.2019, co autora na obra lusa LIBERDADE, lançamento em São Paulo em 23.06.2019. Licenciada Plena em Pedagogia, Gastro-Foto-Jornalista, Blogueira com 30 blogs na web, 26 no Brasil e 04 em Portugal, Quituteira e designer em crochê.)



CONTO: OS MORADORES DA PEDRA DO GUINDASTE

Imponente sobre a Pedra do Guindaste que desabrocha no leito do Rio Amazonas em frente a cidade de Macapá no estado do Amapá, a bela imagem de São José, esculpida pelo português Antônio Pereira da Costa, é a mais presente testemunha de que há um mundo invisível ao seu redor.

A Pioneira já próximo de seu centenário querendo como que abrir sua caixa de memorias, resolveu encantar seus ouvintes privilegiados com suas estórias sabiamente eternizadas por décadas em um livro escrito com pensamentos. Começou dizendo que o Santo angustiado com a cidade, não queria olha-la de frente, ficou décadas de costa para Macapá, depois de muitas estórias, segundo ela, ele foi virado e está de lado para contemplar a saudade do belo Igarapé das Mulheres, nem de frente, nem de costa, de lado, repetia ela com seu sorriso enigmático.

E continuou!
Só ele, apontava para São José, só ele; conhece os verdadeiros segredos daPedra do Guindaste.

Ele sabe que a criança jogada ao Rio pela Mãe em um momento de depressão pós-parto, e que nunca foi encontrada pelas autoridades, vaga em noite de lua, brinca de peteca ao lado da pedra, empina papagaio ao amanhecer, mas, gosta também de encantar os Botos com sua canção infantil, talvez, segundo ela um dia vire Boto de verdade. Mas, muitos pescadores já o espantaram da proa de suas canoas, ele sempre gosta de aparecer sem ser convidado, quando um pescador faz um fogo para muquiar um peixe, parece que ele vem também querer um pedaço. 


E continuou: A Mulher da Lua, você lembra da Mulher da Lua? E o ouvinte sacudiu a cabeça que não. A Mulher da Lua só aparece em noite de Lua cheia, surge como por encanto saída das nuvens e desagua na Pedra do Guindaste, diz ela que já encantou muito pescador, vem vestida de prata como escamas de Pirarucu, tem um batom na boca tão forte que parece a cor do urucum, encanta, repetia ela, já deixou até homens loucos que foram parar no hospital de psiquiatria, lembra? E questionou, fite a Lua em noite de Lua cheia que o rosto dela está lá, se você tiver sorte, ela vai sorrir para você, mas se tiver de azar ela vai te assustar, cuidado, é um aviso, repetiu.
E o ouvinte sacudia a cabeça que não.
E continuou:

Lembra do Homem sem pernas?

E a cabeça do ouvinte de novo balançava fazendo um sinal de não.
Me lembro, falou ela entre um suspiro profundo, que parece que, quando foi achado numa manhã de segunda feira, por carregadores de açaí, os peixes já tinham comido suas pernas, só veio o toco, disse ela, ainda tinha um pedaço de osso de fora. Cruz credo, se benzeu.
Minha comadre lembra que quando foi colocado próximo do trapiche, parece que um grito saiu de sua garganta, mas ele também vive na Pedra do Guindaste,afirmou. Só São José sabe de suas traquinagens, e ele não gosta de velas não, dizem que um dia fizeram um despacho na pedra, e de manhã ele parece que não gostou apareceu para os que ficaram, corria atrás dos que não conseguiram disparar na carreira, e deixou muito caboco de cabelo em pé, ao vê-lo correr sobre a lama de madrugada sem pernas, dando cambalhotas no ar, Cuidado, sentenciou, cuidado.

Tu lembras do Índio? E ele (ouvinte) de novo com a cabeça em sinal de não.
Dizem que ele veio do meio da floresta, e sem conhecer ninguém por aqui, resolveu fazer amizade com uns cachaceiros e depois de muita bebedeira correu para o Rio Amazonas, se afogou e morreu, mas, volta, ele volta sim: disse com convicção, dizem que gosta de dançar ao redor da Pedra do Guindaste, gosta muito de chuva, e quando tem um vendaval ele aparece no meio da tempestade.

E da Mulher da Vida? Sim, ela dava vida aos pobres que a procuravam, fazia os felizes em suas fantasias, lembro que depois de uma noite de prazer, próximo do canal onde tinha uns puteiros, lembra? E o ouvinte já cansado de tanto balançar a cabeça e talvez até com medo, repetia que não. Voltando: depois da noite de farra o cliente não quis pagar, e ela tinha uma Gilette, lembra? Com muita coragem, cortou a cara dele, mas, ele, muito brabo, deu tanto nela que ela foi encontrada morta sem roupa na beira do rio, seus olhos pareciam um buraco sem fim, seus cabelos negros, lindos lembra ela, faziam parte da maré, num vai e vem, quando seu corpo ficou à espera da polícia, dizem que ela anda por aí, gosta de rodear aPedra do Guindaste.

E dos Bois? Lembra?

E de novo sua cabeça dizia que não.
Olha vou te recordar, lá para as bandas do Elesbão tinha o matadouro, lembra?
Mataram tanto boi, que parece que alguns deles tinham vida.
Tem dias que eles voltam e ficam pastando na lama ao lado da Pedra do Guindaste, cuidado, cuidado.

(A bela Pedra do Guindaste, secular no leito do Rio Amazonas, imponente, como fonte cultural da mitologia da Amazônia, tem milhares de mitos e lendas que povoam o imaginário popular)
Por: Neca Machado – Pesquisadora da cultura tucuju

sábado, 20 de julho de 2019

PESQUISAS

LIVRO DIGITAL - "MEMÓRIAS DE PUTAS VELHAS" LEMBRANÇAS AMARGAS


CRÔNICAS DA NECA MACHADO
LIVRO DIGITAL

By - (Neca Machado)

BIOGRAFIA

Neca Machado (Ativista Cultural, altruísta que preserva os sabores e saberes da Amazônia, através dos Mitos e Lendas da Beira do Rio Amazonas no extremo norte do Brasil, é, Administradora Geral, Artista Plástica, Bacharel em Direito Ambiental, Especialista em Educação Profissional, Escritora de Mitos da Amazônia, fotografa com mais de 100 mil fotografias diversas por 11 Países (Europa, Oceania, América do Sul) 2016, classificada  em 2016  na obra brasileira “Cidades em tons de Cinza”, de novo em 2017, Concurso Urbs,  classificada com publicação de um poema na obra Nacional, “Sarau Brasil”, Novos Poetas de 2016, de novo em 2017. Pesquisadora da Cultura Tucuju, Contista, Cronista, Poetisa, Coautora em 24 obras lançadas em Portugal em 2016, 2017,2018 e 2019. Autora independente da Obra Mitos e Lendas da Amazônia, Estórias da Beira do Rio Amazonas, publicada em 02 edições em Portugal em 2017, edição limitada, Coautora na obra lusa, lançada em Lisboa em 09.09.2017, A Vida em Poesia 2, coautora na obra, “A vida em Poesia 3” lançada em Lisboa em 14.09.2018, coautora na obra “ Tributo ao Sertão, lançamento em Zurique- Suiça-2018, coautora na obra “Além, da Terra, além, do Céu” lançamento em São Paulo em 06.10.2018- Editora Chiado-Pt, Co autora na obra internacional“As Cartas que não escrevi” lançamento em Genebra em 01.05.2019-Editora Helvetia. Co autora na obra lusófona “POEM’ART” lançamento em Portugal-Porto, 18.05.2019, co autora na obra lusa LIBERDADE, lançamento em São Paulo em 23.06.2019. Licenciada Plena em Pedagogia, Gastro-Foto-Jornalista, Blogueira com 30 blogs na web, 26 no Brasil e 04 em Portugal, Quituteira e designer em crochê.)




“A CACETEIRA VIROU PIRIGUETE”



*AS “CACETEIRAS” DA DECADA DE 70, VIRARAM: PROSTITUTAS, GAROTAS DE PROGRAMA E PIRIGUETES...”

        Sentada na velha mesa surrada pelo tempo, na lateral do Salão, escutando Waldick Soriano:

Vestida de Branco

Waldick Soriano

Peço a Deus que seja logo
O nosso juramento
Peço a Deus que seja logo
O nosso casamento

Quero ver-te na capela
Toda vestida de branco
Carregar-te nos meus braços
É o que eu desejo tanto...


Ela até sonhava alto, pensava entre seus delírios, casar, vestida de branco, noutros devaneios, pensava em ir para Caiena de vez, talvez lá a vida fosse melhor? Algumas vezes caminhava entre os velhos bordeis da outrora Macapá, conhecia de “có” os melhores, Hally Galy, Juçarão, Suerda, Sede do Campo do América, etc...
E amava outra canção do Rei dos bordeis: “Nem que eu morra de saudade, vou sumir deste lugar........
Eu também existo, eu também SOU GENTE, eu também mereço encontrar um alguém para amar.....”

E viajava!
          E a velha CACETEIRA, envelheceu, adoeceu, pegou tanta doença venérea que nem sabia mais se estava viva, tinha tanto “esquentamento”, disse a uma ex colega da vida...
Tinha tanta saudade do Hospital Geral onde fazia exames de rotina, e ia no Deneru (   )

 E agora? Ia morrer à mingua porque nem plano de saúde tinha, nem conseguia mais andar para marcar uma consulta, escutou que havia briga nos postos de saúde e que as pessoas dormiam por lá para conseguir marcação, e nem tem uma pensão, ainda pensava em ir no INPS, mas alguém lhe disse que nem existia mais INPS, agora era INSS, o que? Resmungou ela sem entender.
E como lembrança ainda guardava alguns discos de vinil.
Mas nem tem mais como reproduzir, disse lhe alguém,
E ela resmungou: vou procurar por aí uma velha vitrola, talvez alguém tenha guardado, eu gostava tanto daquela música, lembra?
E as lembranças vieram à tona:

Lembra do Delegado?
Ele sim, era homem de verdade, as vezes eu só queria ser presa, ainda sorriu, entre uns caquinhos de dentes. Ele às vezes até me prendia, repetiu entre um sorriso amarelo, e me deixava sempre uma Rosa vermelha de presente, ele sim, tenho saudades. Já morreu!
E existiam tantas casas de prazer na velha Macapá, muitas COLORIDAS, tinha até uma Amarela, lembra?

AS CACETEIRAS VIRAM PIRIGUETES

Século vinte, vinte e um...

Nem existe mais CACETEIRAS por aí, SERÁ (   )

Viraram PIRIGUETES, GAROTAS DE PROGRAMAS, e os programas nem são de lazer, são de prazer e negócios. Muitas são de Luxo, querem apartamentos, roupas de marcas, viagens internacionais, sapatos de sola vermelha..., tornam-se amantes de autoridades, e eles ficam em suas mãos, porque se as DAMASsabem (   ) Hum, vai pegar fogo em casa, e ainda levam pra casa doenças terríveis as suas esposas, como hepatites, e em alguns casos AIDS....
E as velhas CACETEIRAS, só queriam uns panos (cortes de fazendas) de cetim, perfumes trazidos de Caiena, batons vermelhos...
E tinha até preço, uma era conhecida como cinco mil, não sei se valorização demais para a época.

AGORA, elas vão até por 50 reais…Repetiu a velha CACETEIRA.
E ainda completou: escutei um dia desses um “apelido” que me arrepiou: chamaram uma vadia de 50 centavos, pode?
Sei lá, disse a colega.

E a VELHA CACETEIRA, não gostou do nome PIRIGUETE!


sexta-feira, 19 de julho de 2019

CRONICAS

CRÔNICAS DA NECA MACHADO, NO MUNDO


DESAPEGANDO DE LIXOS...
(CRONICA)

BIOGRAFIA

Neca Machado (Ativista Cultural, altruísta que preserva os sabores e saberes da Amazônia, através dos Mitos e Lendas da Beira do Rio Amazonas no extremo norte do Brasil, é, Administradora Geral, Artista Plástica, Bacharel em Direito Ambiental, Especialista em Educação Profissional, Escritora de Mitos da Amazônia, fotografa com mais de 100 mil fotografias diversas, premiada em 2016 com classificação na obra brasileira “Cidades em tons de Cinza”, Concurso Urbs, classificada com publicação de um poema na obra Nacional, “Sarau Brasil”, Novos Poetas de 2016, Pesquisadora da Cultura Tucuju, Contista, Cronista, Poetisa, Coautora em 24 obras lançadas em Portugal em 2016, 2017, 2018, 2019. Licenciada Plena em Pedagogia, Gastro-Foto-Jornalista, Blogueira com 30 blogs na web, 26 no Brasil e 04 em Portugal, Quituteira e designer em crochê.)


DESAPEGANDO DE LIXOS...

Meio século depois é que realmente consegui perceber o quanto de LIXOacumulamos na vida.

Gosto de observar, de escutar, de refletir...
E diante de uma afirmação de uma Pioneira, quase centenária, comecei a tecer minhas conclusões de como o LIXO é realmente inservível em nossas vidas, quando não damos a ele o destino correto. Muitos ainda servem para serem reciclados, outros, nem para húmus servirão, serão apenas resíduos que contaminarão o solo ou o ar, e até como LIXO são prejuízos, tanto ao meio ambiente como espiritualmente, muitos LIXOS HUMANOS, segundo conceitos de alguns, (  ) vagarão sem rumo até voltarem de novo para aliviarem seus sofrimentos...
·         A Pioneira entre suas rugas que o tempo lhe trouxe, me fez refletir sobre acidadania que tanto exerceu como profissional da área medica, foi integra, correta durante sua vida laboral, ajudou tanta gente, amenizou o sofrimento de tantos pacientes, muitos até abandonados à própria sorte, e entre quase uma lagrima furtiva que teimava em querer cair, vi seus olhos marejarem e cheia de sabedoria exclamou: “Hoje sou LIXO para o serviço público”, sem plano de saúde, tenho que mendigar atendimento e buscar amenizar minhas dores.
·         E lá estava o LIXO de novo a pairar sobre mim; LIXO humano (?)
·         E lembro de outro caso de LIXO que observei.

·         Recebi a notícia do falecimento de uma conhecida e decidi visitar a família para me solidarizar com a dor da sua perda, e qual foi meu espanto ao penetrar na entrada de sua residência: lá estavam seus objetos que ela tanto ACUMULOUdurante sua vida, feitos LIXO para serem selecionados; alguns seriam doados, outros queimados. E meu coração se apertou; imaginei sua revolta em vida com seus “ACUMULOS” de LIXO sendo descartados sem nenhum critério ao OUTRO, porque só a ela tinham interesse.
·         A vida é assim: ACUMULAMOS MUITAS VEZES PURO LIXO. Que precisamos em outra hora nos desapegarmos deles.
·         E voltei de novo a pensar sobre a AMIZADE LIXO: como radialista observei muitas vezes determinado cidadão (    ) perambular por uma emissora para falar “suas baboseiras” como cansei de escutar nos corredores: uns diziam: lá vem ele falar suas baboseiras....E ao encontra-lo em um determinado local por acaso, lhe perguntei: (sabe aquela figura que você ia lá? Tá presa por corrupção, e questione: Você não vai visita-lo? Era seu amigo. E ele quase de maneira agressiva, abriu um olhar profundo e me disse: EU NÃO, não tenho nada a ver com isso, ele que pague pelo que fez...) E Eu, quase cai morta, eram “amigos” E aí, observei e tirei minhas conclusões: AMIZADE LIXO, foi descartada quando o outro não podia mais servi-lo.
·         E assim, tento LIMPAR MINHAS GAVETAS DO TEMPO, DE TANTO LIXO que acumulei.
·         Inservíveis, muitos a NADA.
·         Foram tantos livros... Alguns até me deram algum conhecimento.... Tentei vende-los, em vão.
·          Nem houve interesse de alguém, e olha, que muitos estão autografados e seus autores MORTOS.

·         Tantos jornais que guardei, escrevi milhares de artigos diversos como jornalista colaboradora, e ainda tenho DRT-AP, diferente de muitos LIXOS que não conseguiram sequer ir à universidade e se intitulam “jornalistas”, para nada, vou tentar digitaliza-los e guardar algumas notícias em meus blogs, talvez servirão a algum estudante quando eu morrer.
·         Tantos sapatos, muitos jogados ao LIXO porque perderam valor, perderam qualidade e só davam nos meus pés, e hoje só quero um confortável para caminhar, (percebi isso na primeira viagem internacional que fiz, decidi ir com um sapato de salto alto e quando cheguei no aeroporto de Nova Zelândia só queria uma sandália “havaiana” e não encontrei, a que encontrei era a peso de dólar, e não era americano, era australiano.
·         E hoje viajo com um tênis confortável, porque muitos aeroportos internacionais passam de 40 portões e muitas vezes tem que se andar quase 30 minutos para chegar ao portão de embarque.

·         Objetos que comprei por impulso, são LIXOS.
·         Quase na porta da aposentadoria, tento me desfazer de muita coisa que tenho, mas, para muitos, SÃO LIXO.

·         Desejei tanto ao longo de mais de duas décadas no serviço público, voltar atrás e mudar muita coisa, e NÃO COMPRARIA LIXO.
·         Deveria ter comprado um grama de ouro a cada mês, me disse alguém mais sensato.
·         E seria sensato sim, teria algum lucro, quando precisasse “vender” para as necessidades.
·         E não comprei.

·         E volto a lembrar de uma crítica a um determinado cidadão “arrogante” que escutei no banco: (um dizia ao vê-lo passar: lembra desse aí? Não fez um concurso público, vivia de nariz empinado numa certa emissora, e um dia deram lhe um chute na bunda e agora anda por ai atrás de patrocínio para tentar vender umas merdas que produz...)
·         E eu respondi: É A VIDA! Não planejou seu futuro, vai sofrer as consequências, serviço público ainda para muitos tem estabilidade senão fizer besteiras.
·         E o outro retrucou: LIXO.

·         E eu sorri, e pensei, um belo tema para uma crônica urbana.

·         Muitas vezes perdemos tempo com LIXO:

·         Lixo mental, lixo espiritual, lixo material, lixo humano...

E precisamos “realmente” DESAPEGAR DE LIXOS, eles não vão em caixão.